sábado, 25 de junho de 2011

O dia de fúria de Dave Grohl

Definitivamente, Joel Schumacher não é dos meus diretores de cinema favoritos. Realmente, é difícil ter apreço pela criatura responsável pelo horripilante Batman & Robin - na minha opinião, um dos piores filmes de todos os tempos, com um George Clooney canastrão que só ele encarnando Bruce Wayne. Ok, Batman Forever já não foi grande coisa, mas pelo menos tinha Val Kilmer (ainda bonitão), dando um pouco mais de "dignidade" ao playboy herói de Gothan City.

Mas tenho que admitir que Schumacher tem lá seus méritos, já que dirigiu ao menos uns quatro filmes interessantes: Os garotos perdidos (The lost boys, de 1987, que não é bem um clássico sobre vampiros, mas é bem melhor que qualquer Crepúsculo), O Cliente (The Client, de 1994), Tempo de matar (A time to kill, de 1996, este e o anterior adaptações de livros de John Grishman) e, é claro, Um dia de fúria (Falling down, de 1993).

Com uma atuação inspirada de Michael Douglas, Um dia de fúria tem ótimas cenas - como a famosa cena da lanchonete -, que retratam inúmeras situações nas quais o homem contemporâneo, na vida caótica, estressante e fútil das grandes cidades se vê enredado e que acabam mesmo afetando sua saúde física e mental.

Em um videoclipe divertido - aliás, uma das características da banda - lançado no início do mês, o Foo Fighters presta uma homenagem ao filme de Schumacher. Cabe ao performático Dave Grohl o papel principal do vídeo para a canção "Walk", a faixa que fecha o ótimo CD Wasting Light. Tarefa que o experiente vocalista, por sinal, tira de letra.

Há até bastante fidelidade ao William Foster de Michael Douglas, inclusive no que diz respeito ao figurino, já que estão mantidos os óculos e a camisa branca com gravata listrada, só que em vez da bolsa com a arma, o protagonista aqui carrega um estojo com uma guitarra. Mas o vídeo do Foo Fighters ganha mesmo ao promover certas "atualizações". Repare na cara de reprovação do personagem de Grohl - como quem diz "esse mundo está perdido!" -, preso no engarrafamento, ao olhar os adesivos dos carros à sua frente, que demonstram apoio a Bush e admiração por Justin Bieber e Coldplay: uma ótima sacada.

Após passar por vários perrengues semelhantes aos do filme, o pobre Grohl ainda precisa enfrentar os companheiros de banda. O clipe, que você pode assistir no player abaixo, tem direção de Sam Jones.



terça-feira, 21 de junho de 2011

Brilho fugaz

Lançado em 2003, exatamente 35 anos depois de Syd Barrett ter deixado o Pink Floyd, o documentário The Pink Floyd and Syd Barrett Story aborda os anos iniciais desta que foi uma das mais importantes bandas da história da música.

Centrando-se na enigmática figura de Syd Barrett - que viria a falecer em 2006 (aos 60 anos, isolado do mundo)-, o filme mostra a importância do músico para a composição de canções como "Arnold Lane", "See Emily Play" e "Bike", do álbum The Piper at the Gates of Dawn (de 1967), um clássico do rock psicodélico. Como bem frisa o primeiro empresário da banda, Peter Jenner, Syd Barrett era o grande líder do Pink Floyd, já que até 1968 compôs a maioria das músicas, era o vocalista e também guitarrista, além de ter sido o responsável pela escolha do nome do grupo.

Porém, não tardaria para que o brilho de seu talento fosse ofuscado pelo consumo exagerado de LSD e o consequente processo de deterioração mental por que começou a passar. O comportamento imprevisível de Syd e a necessidade de honrar com os compromissos profissionais já assumidos levou o Pink Floyd ao recrutamento de David Gilmour (amigo de infância de Syd e Roger Waters) para o posto de vocalista do grupo. Depois de seu afastamento definitivo da banda, Syd Barrett ainda tentou investir em uma carreira solo e chegou a lançar dois álbuns, The Madcap Laughs (1970) e Barrett (1971).

Embora o Pink Floyd tenha alcançado maior sucesso fora do Reino Unido apenas a partir do álbum The Dark Side of The Moon, de 1973, ao assistir o documentário fica bastante evidente para o espectador como a convivência com Syd influenciou e continuou servindo de inspiração para o grupo. É o caso de álbuns como o próprio The Dark Side, Wish Were You Here (de 1975) e The Wall (de 1979), além, é claro, do filme baseado neste último, Pink Floyd: The Wall, dirigido por Alan Parker, em 1982.

Algumas cenas da película roteirizada por Roger Waters, como aquela em que o cigarro de Pink (magistralmente interpretado por Bob Geldof) se consome entre os dedos enquanto ele assiste televisão, a do seu olhar perdido enquanto compõe uma música ao piano e a tensa cena em que o personagem raspa os pelos do corpo, inclusive as sobrancelhas, foram claramente inspiradas nas atitudes de Syd Barrett. O episódio em que Syd aparece irreconhecível nas gravações do disco Wish Were You Here (feito em sua homenagem), bastante gordo e com os pelos do corpo raspados, aliás, é um dos mais chocantes da história do Pink Floyd e não deixa de ser explorado no documentário.

Além de depoimentos dos outros membros do Pink Floyd (David Gilmour, Roger Waters, Richard Wright e Nick Mason) The Pink Floyd and Syd Barrett Story procurou ouvir outras pessoas que conheceram e admiraram o gênio criativo de Syd, como Bob Klose (que fez parte da primeira formação do Pink Floyd), sua antiga namorada Libby Chisman, Mike Leonard, o artista plástico Duggie Fields, e músicos como Robyn Hitchcock, Jerry Shirley (Humble Pie), Graham Coxon (Blur), entre outros. Pena é que o próprio Syd Barrett não tenha podido dar a sua versão da história.

Informações:
Título: The Pink Floyd and Syd Barrett Story.
Dirigido e produzido por John Edginton (Otmoor Productions).
Com músicas de Pink Floyd e Syd Barrett.
Lançamento em DVD: março de 2003 (UK).
Duração: 49 minutos.
Linguagem: Inglês (Legendas em Português).

Assista ao documentário no player abaixo:



Ou faça o download do video no prestimoso Arapa Rock Motor.
 
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