quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

22 velinhas

Às vezes acho que o tempo passa rápido demais. As coisas parecem caminhar em um ritmo acelerado, tenho medo de não conseguir dar conta das responsabilidades, de estar dando passos maiores que minhas pernas. Mas então me pergunto, poderia ser de outra forma?

Tenho agora 22 anos. Putz, 22 anos! E o que eu construí até agora, além de uma pretensa "carreira" e de obter a incompreensão de boa parte dos parentes? Em verdade, nada de muito concreto. É claro que tenho feito algumas (poucas, mas muito boas) amizades ao longo dos anos, tenho (quero crer) uma biblioteca razoavelmente boa para uma estudante de Letras, algumas dívidas no cartão de crédito... Só que o velho lance de "plantar uma árvore, escrever um livro, ter um filho", isto é, deixar seu "legado" para a humanidade - de alguma forma, parece que sempre desejamos driblar a morte -, ainda não rolou.

Talvez não role. Nunca. Porque é pretensão demais achar que todos os que surgem na Terra vão fazer algo de verdadeiramente útil para o próximo ou para as gerações futuras - e pretensão maior ainda é eu achar que serei uma dessas pessoas. É até legal ter um pensamento desse tipo, extremamente positivo, embora não seja nada realista.

Entretanto, às vezes, no mundo caótico em que vivemos, é necessário se agarrar a alguma utopia, para que possamos seguir em frente e acreditar que podemos mudar a ordem das coisas, fazer a diferença.

Não, eu não acho que ninguém deva se sentir obrigado a fazer nada por ou para alguém. E essa ideia de que todos temos uma "missão" também não cola comigo. Simplesmente creio que você deve fazer aquilo que acha que deve fazer, aquilo que você acha que fará você se sentir bem. E "don't worry, be happy!"

Tenho tentado seguir essa receita nos últimos 22 anos. Nem sempre funciona, é verdade. Mas não se pode ganhar todas, não é mesmo?

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Aperitivo

Essa postagem é um "aperitivo" para futuros comentários meus sobre Tron: Legacy. Mas não só: ela é a primeira de várias outras que terão o propósito fútil de pura e simplesmente encher nossos olhos, amiga leitora, com alguns belos exemplares da espécie humana.

Satisfeita com Tron: Legacy, achei interessante iniciar esse novo segmento do blog (que, na verdade, já existia no My Headphone), Gostosuras ou travessuras?, com um dos astros do filme, Garrett Hedlund.

Clique nas imagens do post para ampliá-las e apreciá-las como se deve, hehe.


E antes que queiram me apedrejar por fazer um elogio aos dotes do rapaz, enquanto meio mundo o tem cruxificado, vamos a algumas considerações. O caso é que muita gente tem reclamado do desempenho de Garrett Hedlund em Tron: Legacy (aliás, tem muita gente reclamando do filme também). Dizem que o ator não tem carisma, não é adequado para o papel, etc. etc.

Garrett pode não ter a simpatia e a desenvoltura de Jeff Bridges quando este encarnou Kevin Flynn pela primeira vez, no Tron de 1982. Mas, sinceramente, não acho que sua atuação nesse novo Tron como Sam Flynn seja assim tão ruim. Não é uma maravilha, mas também não compromete. E, caramba, Jeff é Jeff! Ele é o cara! É até injusto fazer comparações.

Além do mais, esse não seria o primeiro caso de ator principal de filmes de ficção científica e afins cujo desmepenho não parece muito convincente. Antes de Hedlund, Hayden Christensen (que interpretou Anakin Skywalker nos episódios II e III de Star Wars) e Sam Worthington (Jake Sully em Avatar) sofreram bastante com as críticas, isso sem falar em Keanu Reeves (o Neo de Matrix), que, por sua falta de expressividade, já recebeu, ao longo da carreira, várias indicações ao Framboesa de Ouro de Pior Ator. E isso sempre vai acontecer, porque Tron e todos esses filmes que citei são feitos com o objetivo principal de entreter, divertir (e cumprem até bem esse papel), e para isso também precisam, dentre outras coisas, de protagonistas bonitões.

Só o que me revolta é que as pessoas realmente acham que Sam Worthington é um bom ator e que Avatar é o melhor filme da década. Sam Worthington? Avatar? Que piada! E aí começam a desprezar Tron, que, na MINHA OPINIÃO, é até mais legal que o filme de James Cameron. Avatar, assim como Tron: Legacy, é um bom filme pipoca, e não muito mais que isso. Por que é tão difícil que as pessoas entendam isso?

Mas, voltando a Garrett Hedlund...


No site Omelete, do qual sou leitora assídua há tempos, Érico Borgo publicou uma crítica interessante sobre Tron: Legacy. Apontou problemas no roteiro, comentou os efeitos especiais, as atuações. Não concordo com tudo o que foi dito, mas respeito a opinião de Borgo, porque o autor apresenta argumentos, em sua maioria, consistentes. Só achei forçada a referência a Garrett, no fim do texto:

"Já Garrett Hedlund... Esse surge como a próxima geração da canastrice, andando baloiçante, braços abertos no contra-luz, como se estivesse em um comercial de calça jeans dirigido por Michael Bay".

Engraçado. Se fosse uma mulher a andar rebolando ou com os peitos pulando para fora da roupa ninguém ligaria, ninguém pararia para tecer esse tipo de comentário, por mais vulgar que a cena fosse. Incrível como as pessoas são hipócritas. Todos (leia-se: a maioria do público, isto é, nerds do sexo masculino) só falam da beleza de Olivia Wilde e Beau Garrett. Já o intérprete de Sam Flynn é taxado de canastrão só porque exibe o material que Papai do Céu lhe deu. Cadê a justiça?

Caramba, só eu acho que o Garrett Hedlund fica um espetáculo de homem com aquela roupa colada no corpo?! Tron: Legacy merecia um Óscar de Melhor Figurino!


Vida longa ao mundo de neon e roupas colantes de Tron! Que a força esteja com os Flynn!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Orgulho de ser tricolor

Torcida tricolor homenageia o craque do Brasileirão durante o jogo contra contra o Guarani, em 05/12/2010.

Creio que a foto acima representa a síntese de, ao menos, dois ditados populares: 1) Uma imagem vale mais do que mil palavras; 2) A voz do povo é a voz de Deus.

Não sei se Conca é o argentino mais querido do Brasil. É provável até que não, porque nosso instinto bairrista nos faz crer que "argentino" e querido" são duas palavras incompatíveis para a mesma sentença. Bem, Conca pode não ser o argentino mais querido do Brasil. Mas, provavelmente, é o mais querido dos cariocas. E, certamente, é o xodó dos tricolores.

As pessoas, no entanto, não podem ser culpadas por manterem atitudes preconceituosas em relação aos vizinhos argentinos, ou, sem ir tão longe, dentro das fronteiras nacionais, aos irmãos paulistas ou nordestinos, por exemplo - aliás, a própria idéia de nordestino me incomoda, pois parece colocar no mesmo saco um monte de traços culturais diferenciados e nos dizer que todos os que são da vasta região são iguais, o que, sem dúvida, é um grande equívoco. O pior é que esse tipo de pensamento é constantemente reforçado pelos meios de comunicação de massa.

No caso da conquista do título do Brasileirão pelo tricolor das Laranjeiras (acho que deixará de o ser, mas, enfim) pude notar uma diferença gritante no tratamento da notícia em veículos da imprensa carioca (refiro-me, sobretudo, à Rádio Tupi) e da imprensa paulista (nesse caso, acompanhei mais a cobertura televida da Band).

Não estou dizendo que está certo e outro errado. Até porque o discurso jornalístico, assim como os outros, não é isento de subjetividade. Só acho que o pessoal da emissora paulista deveria entender que o futebol brasileiro não se resume ao Corinthians. E garanto que não estou sendo bairrista ao fazer essa afirmação. Basta assistir à cobertura esportiva da Band por uns 10 minutos para ter idéia do que estou falando.

Apesar da rotineira histeria de nomes como Neto e Datena, o programa da Band (Jogo Aberto, Terceiro Tempo ou seja lá qual for o nome, porque os comentaristas são sempre os mesmos) é divertido. Gosto de assistir, não nego. Pela quantidade de besteiras ditas por minuto, a "atração" se aproxima muito mais de um programa de comédia do que do jornalismo esportivo.

Conca comemorando o título do Flu no Engenhão, ao fim da vitória por 1x0 contra o Guarani, em 05/12/2010.

De resto, aos não satisfeitos com a vitória do Fluminense, que é, tricampeão, sim senhor (essa história de falar que o título de 1970 não conta é uma tremenda palhaçada), lembro de uma das mais famosas colocações de Nelson Rodrigues sobre o time:

“O Fluminense é o único time tricolor do mundo. O resto são só times de três cores...”

E, aos, fãs do Muse (corinthianos ou não), peço que se recordem dessa foto:

Chris Wolstenholme (baixista do Muse) usando a camisa do Fluminense que ganhou de um fã, quando esteve no Rio de Janeiro, em julho de 2008. A foto foi divulgada no Twitter oficial da banda em 13/08/2009.
(Usarei essa imagem eternamente, hahaha).

 
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